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Esclarecendo o “mito” Shuri-te, Naha-te e Tomari-te


No final de 1926, foi organizado em Okinawa um comitê, formado pelos mestres Mabuni Kenwa, Miyagi Chōjun e Kyan Chōtoku, que ficou responsável pela preparação de uma demonstração da arte local, na época conhecida como “Ryūkyū Kenpō Tōde”, perante o mestre Kanō Jigorō, fundador do Jūdō, por ocasião de uma visita que seria realizada ao arquipélago em janeiro de 1927.

A visita de Kanō-sensei as ilhas tinha por finalidade palestrar sobre o Jūdō e a educação, bem como, a inauguração da primeira associação de faixas pretas de Jūdō do arquipélago (Yūdansha Shinkō-kai). O mestre Kanō era um aristocrata que tinha estreitos laços políticos com o governo japonês e com o Comitê Olímpico Internacional o que fazia de sua visita as ilhas um evento oficial e, sendo assim, o planejamento para sua visita foi cuidadosamente elaborado pelo conselho local de educação.

No que tange a prática do Tōde, que tinha suas origens, influências e práticas relacionadas a China, foi necessário fazer algumas adaptações, pois neste período o sentimento anti-chinês, o nacionalismo e o militarismo eram muito fortes. Sendo assim, apresentar a arte como Tōde, ou “Técnicas chinesas”, não seria uma boa ideia e poderia desencadear hostilidades de ordem política.

Desta forma, como Mabuni-sensei, Miyagi-sensei e Kyan-sensei, que seriam os responsáveis pela demonstração, eram oriundos das cidades de Shuri, Naha e Tomari, respectivamente, surgiu a ideia de colocar a antiga denominação da arte, “Te”, associado as cidades mencionadas. Desta forma, nascem as nomenclaturas, até então inexistentes, Shuri-te, Naha-te e Tomari-te.

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Referências:

MCCARTHY, Patrick. Shuri-te, Naha-te & Tomari-te - Clearing Up Another Myth. Disponível em: <http://irkrs.blogspot.com/2016/02/share-te-naha-te-tomari-te-clearing-up.html?q=mabuni>. Acesso em: 22 de agosto de 2018.

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