Kihon
É o nome dado aos fundamentos da arte. A prática do kihon é indispensável para que o praticante de Karate-dō obtenha um bom desenvolvimento em seu treinamento, pois é através dele que o Karate-ka desenvolve seu equilíbrio, sua velocidade, estuda deslocamentos, aprende a aperfeiçoa as técnicas de defesa e ataque. O kihon é também a base para que o praticante melhore o seu desempenho nas formas (kata) de seu estilo antes de passar a aplicá-las no combate (kumite).
Quando os exercícios de base, kihon, são feitos em movimento, passam a serem chamados de Idō-kihon.
Normalmente, a prática do kihon é dividida em Tachi-gata, Uke-waza, Tsuki-waza, Uchi-waza, Ate-waza e Keri-waza.
Kata
As formas fazem parte da vida de todos praticantes de Karate-dō. Eles são os ensinamentos ainda vivos de mestres antigos e, portanto, um legado para as gerações contemporânea e futura.
Contudo, devemos ser capazes de entender o contexto em que os kata estiveram - e estão - inseridos a fim de que possamos entender as suas razões para ainda existirem.
São os kata que ensinam as técnicas de uma determinada escola ou estilo. São o ensinamento das técnicas transmitidas de geração em geração e que mantém as características de terminado estilo, diferenciando os sistemas uns dos outros.
Estes kata são tão válidos hoje como eram a centenas de anos atrás e desenvolvem as aptidões marciais dos seus praticantes.
Há, portanto, de praticá-los até que os movimentos tornem-se instintivos, pois esta é a natureza da “técnica”.
Normalmente, e de uma forma geral, os kata são divididos em três grupos: “formas fundamentais”, “formas de mãos fechadas” (formas modernas) e “formas de mãos abertas” (formas antigas).
Os diversos kata são compostos por técnicas que estão encadeadas, o entendimento das técnicas e das partes que estão contidas nos kata é chamado pelos japoneses de bunkai. O termo bunkai é traduzido, erroneamente, em muitas fontes, como “aplicação” (do kata), porém a expressão deveria ser traduzida como “análise” (do kata) ou ainda “entender as partes” (do kata).
Após o entendimento da execução, das partes e das conexões das técnicas contidas nos kata devemos treinar incansavelmente para sermos capazes de fazer o “uso prático” destes ensinamentos. Este uso prático é conhecido, de uma forma geral, como ōyō no Japão. Contudo, em Shitō-ryū, o mestre Mabuni Kenwa usada a expressão bunkai-kumite para este fim.
Existem ainda outros dois elementos primordiais quando o assunto é kata, são eles: enbusen e kyūsho.
Dentro do Karate-dō moderno há, ainda, a modalidade esportiva denominada shiai. E dentro da modalidade shiai-kata temos, consoante as entidades e regras, as formas indicadas, as formas selecionadas e as formas de escolha livre, shitei-kata, sentei-kata e tokui-kata, respectivamente.
Kumite
Existem diversas formas de praticar o combate e o seu principal objetivo é colocar em pratica as técnicas anteriormente aprendidas e aperfeiçoadas no kihon e no kata.
Mabuni Kenwa dividia o treinamento de kumite em tanshiki-kumite, fukushiki-kumite, hōkei-kumite e shinken-kumite.
Atualmente, estas expressões quase não são usadas. A maioria das escolas usa os termos ippon-kumite (ou kihon-kumite), nihon-kumite e sanbon-kumite para designar os tanshiki-kumite e os fukushiki-kumite.
O hōkei-kumite é chamado hoje de yakusoku-kumite e, dentro do Shitō-ryū, refere-se a uma série de cinco combates combinados baseados nos cinco Pin’an kata (Heian).
O shinken-kumite ou jiyū-kumite é o combate sem regras e sem limitações, onde o Karate-ka coloca em prática as técnicas aperfeiçoadas nos kihon e aprendidas nos kata.
O shiai-kumite é uma luta de competição, e como toda prática esportiva está sujeita a regras preestabelecidas, tanto na parte técnica como na conduta dos lutadores. “Shiai-kumite é luta esportiva e esporte é sinônimo de preservação da integridade física e moral, tanto sua como do oponente”. Por conseguinte, é necessário muito treinamento para que ao executar seus golpes o lutador não cause danos em seu oponente. Em shiai-kumite o lutador está sujeito a penalidades ao executar uma técnica considerada sem controle, portanto, ao executar uma técnica de projeção, por exemplo, um princípio básico exigido é que se tenha habilidade suficiente para "colocar" o oponente no solo e não "jogá-lo" no chão, pois não se trata de defesa pessoal. O mesmo vale para socos, chutes e batidas.
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Referências:
TANZADEH, Allen. Karate History. Shitoryu Karate Canada. Disponível em: http://shitokai.ca. Acesso em: 24 de agosto de 2017.
TANZADEH, Allen. Karate History. Sensei Tanzadeh Shitoryu Karate Cyber Academy. Disponível em: http://shitokai.com. Acesso em: 24 de agosto de 2017.
* Tradução e adaptações dos autores.